Sunday, December 20, 2009

Neverwhere - crítica

Neverwhere

Neil Gaiman

Editora: Presença

Preço: 13€46


Quando Richard Mayhew parecia ter a sua vida controlada no seu emprego fixo em Londres burocrático e o casamento com Jessica uma mulher quem em muito pouco tinha a ver com ele, um encontro repentino e estranho fez com que a vida da personagem mudasse para sempre. Richard Mayhew ajuda uma rapariga cheia de sangue saída não se sabe muito bem de onde, rompendo o casamento com a sua noiva após um ultimato desta. Richard Mayhew não parece ser um homem brilhante, mas apesar de tudo tem bom coração. Ao ajudar a rapariga vê-se envolvido em problemas especialmente com os dois senhores assassinos completamente sinistros e macabros – Croup e Vandemar – que conferem à narrativa um clima brilhante de terror. A rapariga, Lady Door, pede ajuda a Mayhew para ele encontrar um certo Marquês de Carabas (alusão clara à história do “Gato das Botas”), sendo este o único que a poderia ajudar. Mayhew descobre que existem duas Londres – uma Londres de Cima e Londres de Baixo e a única ligação entres estas duas é o movimentado metro. Richard Mayhew descobre um mundo estranho, desagradável, mas ao mesmo tempo que causa um fascínio na nossa imaginação. Os habitantes não são agradáveis nem muito pouco chegam a ser bonitos – existe o reino dos ratos, o reino dos corvos e ainda os “velvets” representações muito parecidas com os vampiros que sugam o calor humano. Mayhew vê-se de tal maneira envolvido na trama que deixa de existir para o seu mundo, passando somente a existir no mundo de Neverwhere. As personagens estão longe de serem agradáveis: se ao inicio o Marque de Carabas parece ser uma personagem de toda a confiança, ao longo da narrativa desconfiamos das suas intenções, o caçador que tudo indica ser uma pessoa de bons princípios e corajosa, não impede de ter os seus segredos. Nesta estranha viagem até Neverwhere a fuga da rotina para um lugar mágico encontra-se bem implica, sublinhando ainda a parte “dark” da prosa de Neil Gaiman que parece-me ser o seu forte. Após ter lido “The Graveyard Book” e agora “Neverwhere” parece-me muito difícil ler em Gaiman um mundo agradável, um mundo harmonioso. Gaiman serve-se dos sítios mais estranhos para criar uma história original e que prende ao leitor sem ser um “page turner”. “Neverwhere não é um livro onde o leitor deverá esperar que tudo corra pelo melhor, mas os crescentes obstáculos e personagens sujas e macabras fazem com que o fim seja o ideal e o perfeito. Em “Neverwhere” Neil Gaiman quase que nos tira a esperança para depois nos devolver, porque nem tudo na realidade por vezes tem de acabar mal ou como esperamos.

1 comments:

João Paulo (Sharky) said...

Eu gostei do livro, tem uma história original e algumas surpresas.
Achei que faltou algo no final da história.

Post a Comment