Sunday, December 20, 2009

A filha da floresta

A filha da floresta

1º livro da saga de Sevenwaters

Juliet Marillier

Editora: Bertrand

Preço: 17€06



“A filha da floresta” o primeiro livro da inicial trilogia de Sevenwaters é um livro que catapulta o leitor directamente para um mundo onde existe uma barreira entre fantasia, magia e realidade. Numa narrativa onde os contos de fadas tradicionais ganham uma nova vida, Juliet Marillier assume muitas vezes através da narradora e personagem principal Sorcha o papel de contadora de histórias. “A filha da floresta” conta a história de Sorcha, uma jovem que tem seis irmãos – Liam; Diarmird; Finbar; Conor; Padriac e Cormack - todos herdeiros de um reino em guerra com os bretões. Aliado ao facto que a mãe dos futuros herdeiros de Sevenwaters morrera no parto de Sorcha, o pai Colum encontra-se sempre ocupado em guerras para defender as fronteiras, enquanto os seus filhos são educados pelo ar livre da floresta e pelo padre Brian. Todos crescem felizes e cada um com um talento especial. A captura de um bretão irá ser a primeira grande aventura de Sorcha e Finbar que salvam o prisioneiro e tomam conta dele, mostrando Sorcha pela primeira vez como uma mulher diferente das outras da corte. O prisioneiro bretão representa o primeiro contacto que Sorcha terá de uma cultura diferente da dela, onde aprendemos várias histórias e lendas. Sorcha apesar de ainda ser uma criança demonstra um conhecimento bastante avançado na arte de curar e passa bastante tempo a cuidar do prisioneiro até que um dia os irmãos a vêm buscar a casa do padre Brian com a notícia que o pai irá casar com uma mulher – Lady Oonagh – uma bruxa que enfeitiçara Colum e aos poucos enfraquecera o reino de Sevenwaters. Os irmãos ao aperceberam-se das intenções da nova madrasta juntaram-se para a derrotar, mas o seu poder foi mais forte e transformou os irmãos de Sorcha em cisnes quando esta escapou com vida e ilesa para junto da floresta. Assustada e desorientada Sorcha pede ajuda à dama da floresta que aparece em seu auxílio e revela que para quebrar o feitiço Sorcha terá de fiar seis camisolas feitas de morugem para vestir nos seus irmãos quando estes se encontrassem com ela. Entretanto Sorcha estava proibida de falar e de contar a sua história por meio de gestos ou sinais. Sorcha dá assim inicio a sua aventura onde irá crescer aos poucos e poucos até vencer vários medos e a enfrentar vários desafios. Com um clima fantástico, mas também por vezes característico da Idade Média “a filha da floresta” conseguirá prender do inicio aos fim apesar de muitos reconhecerem a historia principal, ainda que o livro seja bom devido à parte da narrativa original. Para quem gosta de contos de fadas é um livro bastante bom, apresenta uma fantasia cuidada e até certo ponto moderada. O fim está bem construído de modo a ser lido em poucos momentos devido à emoção que transmite. Em alguns momentos fez-me recordar quando em adolescente esperava sempre que os pares românticos no fim beijassem-se depois de tanto tempo a lutarem por esse fim. Irei brevemente continuar a saga e mais tarde colocarei aqui a minha opinião. Para já deu-me uma enorme vontade de encomendar o “Wildwood dancing”.

Neverwhere - crítica

Neverwhere

Neil Gaiman

Editora: Presença

Preço: 13€46


Quando Richard Mayhew parecia ter a sua vida controlada no seu emprego fixo em Londres burocrático e o casamento com Jessica uma mulher quem em muito pouco tinha a ver com ele, um encontro repentino e estranho fez com que a vida da personagem mudasse para sempre. Richard Mayhew ajuda uma rapariga cheia de sangue saída não se sabe muito bem de onde, rompendo o casamento com a sua noiva após um ultimato desta. Richard Mayhew não parece ser um homem brilhante, mas apesar de tudo tem bom coração. Ao ajudar a rapariga vê-se envolvido em problemas especialmente com os dois senhores assassinos completamente sinistros e macabros – Croup e Vandemar – que conferem à narrativa um clima brilhante de terror. A rapariga, Lady Door, pede ajuda a Mayhew para ele encontrar um certo Marquês de Carabas (alusão clara à história do “Gato das Botas”), sendo este o único que a poderia ajudar. Mayhew descobre que existem duas Londres – uma Londres de Cima e Londres de Baixo e a única ligação entres estas duas é o movimentado metro. Richard Mayhew descobre um mundo estranho, desagradável, mas ao mesmo tempo que causa um fascínio na nossa imaginação. Os habitantes não são agradáveis nem muito pouco chegam a ser bonitos – existe o reino dos ratos, o reino dos corvos e ainda os “velvets” representações muito parecidas com os vampiros que sugam o calor humano. Mayhew vê-se de tal maneira envolvido na trama que deixa de existir para o seu mundo, passando somente a existir no mundo de Neverwhere. As personagens estão longe de serem agradáveis: se ao inicio o Marque de Carabas parece ser uma personagem de toda a confiança, ao longo da narrativa desconfiamos das suas intenções, o caçador que tudo indica ser uma pessoa de bons princípios e corajosa, não impede de ter os seus segredos. Nesta estranha viagem até Neverwhere a fuga da rotina para um lugar mágico encontra-se bem implica, sublinhando ainda a parte “dark” da prosa de Neil Gaiman que parece-me ser o seu forte. Após ter lido “The Graveyard Book” e agora “Neverwhere” parece-me muito difícil ler em Gaiman um mundo agradável, um mundo harmonioso. Gaiman serve-se dos sítios mais estranhos para criar uma história original e que prende ao leitor sem ser um “page turner”. “Neverwhere não é um livro onde o leitor deverá esperar que tudo corra pelo melhor, mas os crescentes obstáculos e personagens sujas e macabras fazem com que o fim seja o ideal e o perfeito. Em “Neverwhere” Neil Gaiman quase que nos tira a esperança para depois nos devolver, porque nem tudo na realidade por vezes tem de acabar mal ou como esperamos.

Wednesday, December 9, 2009

Livros para ler

Lista grande mas conto lê-los entre 2009 e metade de 2010:

- The sound and the fury: William Faulkner
- Beloved: Toni Morrison
- Faust: Goethe
- Decameron: Giovanni Boccaccio
- A divina comédia: Dante
- Beowulf
- O Processo: Kafka
- As mil e uma noites
- Paradise Lost: Milton
- O leitor: Schlink
- Effi Briest: Fontane
- 1984: George Orwell - lido
- Cemitério de pianos: José Luís Peixoto - lido
- Jerusalém: Gonçalo M. Tavares
- The grapes of wrath: John Steinbeck
- Pride and prejudice: Jane Austen
- The golden notebook: Doris Lessing
- Tropic of cancer: Henry Miller
- Madame Bovary: Gustav Flaubert

- Juliet Marillier:
A filha da floresta - lido
O filho das sombras - lido
Wildwood dancing - lido

- José Saramago:
Caim - lido
Memorial do Convento - lido
O ano da morte de Ricardo Reis

- António Lobo Antunes:
Os cus de judas
Eu hei-de amar uma pedra
O manual dos inquisidores

- Gabriel Gárcia Marquéz:
Cem anos de solidão
Amor em tempos de cólera
Memórias das minhas putas tristes - lido

- Neil Gaiman:
Coraline
Neverwhere - lido
Stardust

- J. R. R. Tolkien:
The legend of Sigurd & Gudrun - lido
The Hobbit - lido
The Children of Hurin

Por isso esperem algumas reviews destes livros nos próximos tempos :)

Tuesday, December 8, 2009

O que espera da Pérsia?


Morte na Pérsia
Annemarie Schwarzenbach

Editor: Tinta da China

Tradução: Isabel Castro Silva

Prefácio: Carlos Vaz Marques

Nº páginas: 144

Preço: 16€20



O título “Morte na Pérsia” pode alimentar na imaginação do autor um livro romântico com uma história envolvente, um daqueles romances que nos mete a chorar no fim… pois bem desengane-se! “Morte na Pérsia” é na verdade um livro de viagens onde a autora descreve as paisagens da Pérsia um local triste, com um clima insuportável, onde as suas memórias mais tristes aguardam-na. O livro está dividido em duas partes: a viagem concreta e a vida pessoal da autora. Sim meus caros não pensem que este livro é daqueles livros de viagens ocos que só compensará o seu dinheiro com as descrições e bajulações de um mundo exótico. A descrição de Annemarie é fiel à realidade ou não será bem assim? Por entre febres, doenças e analepses, Annemarie conta com a realidade para fugir à morte ou a um mundo interior desolado e morto. No entanto aquilo que encontra na Pérsia, uma espécie de refúgio, nada mais é que uma ilusão. A dependência da morfina acabou à uns tempos, mas o seu romance com Ialé aterroriza-lhe a alma… A morte é vista como substituta da felicidade… como é que Ialé e Schwarzenbach poderiam algum dia serem felizes?

“Morte na Pérsia” foi escrito nos anos 30, a autora tenta lutar contra o nazismo, no entanto sempre longe da Alemanha. Após uma vida de depressões, escândalos, drogas e tentativas de suicídio, morre tragicamente (e ironicamente) numa queda de bicicleta aos 34 anos, na Aústria

Citações do livro:

“Não me ouvia. Pensava em qualquer coisa muito distante.

Queríamos falar sobre a felicidade, e nem notámos que era na morte que pensávamos…”

“Descemos do cimo do desfiladeiro até ao vale, quase um abismo entre duas montanhas. Lá em baixo não havia nada, era um vale morto, muito distante do mundo, muito distante de plantas e árvores”

Thursday, December 3, 2009

Primeiras impressões do senhor Tolkien e dos seus Nibelungos


Não duvido que muita gente não se importasse de ter o senhor Tolkien como avô para contar as mais variadas histórias sobre cavaleiros, dragões e duendes. No entanto gostaria, pessoalmente, de ter o prazer pelo menos uma aula ou uma conferência. Que o senhor devia de ser bom já eu sabia, de facto existe muito pouca gente neste mundo que admite detestar o senhor (não quer dizer que não exista). Decidi também contrariar a maior parte das pessoas que começa o seu percurso literário de Tolkien com o famoso "Lord of the Rings" Quando soube que iam publicar um inédito que Tolkien escreveu sobre Völlsung saga decidi instigar e saciar a minha curiosidade de tudo o que era dito. Recebi o meu exemplar esta segunda-feira (versão Harback em inglês) e foi com entusiasmo que li o índice e verifiquei que iriam haver várias explicações sobre a dita obra. Antes que seja tarde e me perca em explicações e algumas quotes dos livros gostaria de adiantar-me com uma palavra aos fãs para dizer que apesar de haverem imensas explicações - LEIAM as explicações e tudo o que Christian Tolkien escreveu, de preferência com um lápis e uma folha ao lado. Podem achar algumas páginas aborrecidas no entanto existem algumas informações sobre estudos que Tolkien realizou que devem ler acima de tudo para entender a origem do poema etc. Se iniciarem a leitura do poema sem lerem isto não irão entender nada de nada e vão pensar que o Tolkien estava maluco quando escreveu aquilo... Os poemas são complicados devido à sua estrutura peculiar e penso que muita das aliterações tenham desaparecido com a tradução. Tentei traduzir umas poucas frases de modo a manter a ideia original, contudo parece-me uma tarefa somehow exequível mas que demoraria um certo tempo e uma odisseia pelo dicionário. O meu segundo concelho é: se tiverem conhecimentos bons de inglês (visto que o original tem algumas palavras "difíceis") leiam em inglês. Este é um daqueles livros que ler em português e ler inglês é como a água para o vinho, mesmo assim não estando 100% segura irei pegar num exemplar na FNAC para comprovar.

A minha primeira impressão foi talvez um bocado ingénua, pois estou a ler o livro em paralelo com os Nibelungos, mas sinto que quem não souber muito sobre a mitologia nórdica fica um bocado perdido no inicio com alguns Deuses. Mesmo assim, nada que a Wikipedia não resolva. E no fim do 1º poema tem mais umas páginas a explicar as lendas e coisas mais óbvias para quem não entendeu bem, por isso não se preocupem que nunca acabam de ler o livro a perceber "rien de rien" :)

"The Legend of Sigurd & Gudrun" é feita de paralelos entre estrofes brilhantes, principalmente os discursos de Brynhild que em muito me lembram os de Cleópatra na obra de Shakespeare, e algumas sem musicalidade. Creio que Tolkien não teve oportunidade de rever, mas é melhor rever, para não cair em erros desnecessários.

Deixo aqui algumas quotes do poema para terem uma noção de como é a versão original e talvez um pouco da personalidade de Brynhild :)

Sigurd: Wake thou! wake thou!
Wide is day light.
I ride to my realm
to array the feast."
Brynhild: Gunnar, Gunnar,
with gleaming eyes,
on day appointed
I shall drink with thee" (VIII, Brynhild Betrayed, 34)

"Then Gunnar offered
gold and silver
gold and silver
gleaming-hoarded.
Brynhild "Gunnar speak not
of gold and silver
swords were ne dearer
to slay my life" (IX Strife, 39)

"Gunnar: Brynhild, Brynhild
I better hold her
than all women
than all treasure.
I will life sooner leave
than love her now
that live lonely
for laughter of men." (IX Strife, 48)


Agora aventurar-me-ei pelo segundo poema, mais tarde deixarei uma espécie de resumo das várias secções e também mais algumas opiniões.

Wednesday, December 2, 2009

Golden afternoon



Little bread-and-butterflies kiss the tulips,
and the sun is like a toy balloon.
There are get up in the morning glories,
in the golden afternoon.
There are dizzy daffodils on the hillside,
strings of violets are all in tune,
Tiger lilies love the dandy lions,
in the golden afternoon,
the golden afternoon.
There are dog and caterpillars and a copper centipede,
where the lazy daisies love the very peaceful life they lead...
You can learn a lot of things from the flowers,
for especially in the month of June.
There's a wealth of happiness and romance,
all in the golden afternoon. ...
All in the golden afternoon,
the golden afternoon...

Monday, November 30, 2009

Das Nibelungenlied - "breve" sumário parte III

Siegfried e Kriemhild viajam até à Holanda (terra de Siegfried) e passam-se dez anos quando Kriemhild teve um filho de Siegfried à qual chamou-o de Gunther e Brünhild teve também um filho de Gunther à qual chamou-o de Siegfried. Durante este tempo todo Brünhild pensa ainda na triste sorte de Kriemhild por ter casado com um vassalo e relembra que Siegfried há muito tempo que não pagara os seus tributos. Assim sendo muito gosto traria à rainha ver Kriemhild e convence Gunther a chamar o casal a Worms. Brünhild recebe calorosamente Kriemhild com grande cortesia e as festividades continuaram por dez dias, até que eventualmente Brünhild enaltece Gunther a dizer que ele era mais poderoso, Kriemhild sem deixar de defender o seu marido enaltece também a força de Siegfried. É decidido que quem entrar primeiro na Catedral terá o estatuto superior. Kriemhild acusa Brünhild de ser amante de Siegfried mostrando o anel e o cinto como provas públicas. Brünhild, humilhada, chora e conta tudo a Gunther e Hagen. Hagen promete vingar a sua senhora e Gunther questiona Siegfried da eventual possibilidade de ser ter vangloriado da noite. Siegfried nega e é “perdoado”, castigando Kriemhild depois por ter levantado falsas acusações.

Ainda que tenha havido um evento público para perdoar Siegfried, Hagen não se contenta e revela que a desfeita feita à rainha foi grave e por isso Siegfried teria de sofrer consequências mais pesadas. Gunther, de inicio, recusa este plano, no entanto depois acaba por concordar tal como Gernot e Giselher. Sobre o propósito de proteger Siegfried de potenciais inimigos Hagen pede a Kriemhild que borde na roupa de Siegfried uma cruz onde reside o seu ponto vulnerável. Kriemhild aceita e prontamente borda uma cruz em preto. Quando os homens (Gunther, Siegfried e Hagen) saem para a caça, Kriemhild pensa no pedido de Hagen e desconfia das suas intenções. Mesmo assim Siegfried encontra-se já a caçar e reafirma o seu estatuto de rei poderoso. Hagen consegue matar Siegfried retirando-lhe previamente a espada e enquanto Siegfried abaixa-se na fonte para beber, morrendo com uma lança nas costas, representando um acto desonroso. Siegfried tem direito a uns minutos de vida onde faz um longe discurso amaldiçoando-os a todos. Hagen pega no corpo e lança-o à porta de Kriemhild, quando uma aia avisa a rainha que está um corpo à porta e Kriemhild sabe de imediato que é Siegfried. Todos choram a perda do rei, homens e mulheres e no dia do funeral Kriemhild sabe que o culpado da morte de Siegfried será aquele que quando passar pelo cadáver, este começa a sangrar. Quando Hagen passa pelo corpo de Siegfried, o corpo sangra e Kriemhild usando esta prova publica acusa-o de ter morto o marido.

Sunday, November 29, 2009

Wanna-be-poet



I sensed the smell of blood
When we were sleeping in my bed
I smelled your body in a mud
Your head cut to pieces
My tongue bleed.



I dreamt you were leaving
and all hope was gone
I dreamt you were dying
with your head on a rope.

I awoke of these strange dreams
among tears and screams,
you were waiting for me dead
With your pale head
decorating the wall of my hall...


PS: só erros XD

Saturday, November 28, 2009

Das Nibelungenlied - "breve" sumário parte II

Gunther faz um pacto com Siegfried na qual este promete ajudá-lo a conquistar uma rainha da longíqua Islândia chamada Brünhild, sendo que em troca Gunther dar-lhe-á a mão de sua irmã Kriemhild. Gunther reúne os conselheiros e pergunta se devem rumar à Islândia com mil homens, mas tal como tinha acontecido com Sigmund, Siegfried avisa Gunther que mil homens não farão diferença alguma, pois não será assim que conquistará Brünhild. Sabemos de antemão que Siegfried e Brünhild poderão ter tido um caso amoroso prévio, no entanto isto não é relatado na história talvez porque o poeta soubesse que esta história seria possivelmente já bastante conhecida. Siegfried sabe como derrotar Brünhild e sabe também o caminho para a Islândia, contudo continua a aconselhar Gunther a não ir, sabendo que todos os pretendentes que falhassem os três jogos propostos por Brünhild morreriam. Hagen, como bom conselheiro, ignora Siegfried e encoraja Gunther a deslocar-se à Islândia. Assim preparam-se para a viagem de barco até ás geladas terras da Islândia e quando chegam vêm as damas de Brünhild à espera na janela. Ao saber que é Siegfried quem vem, Brünhild pensa de imediato que este quer desposá-la, no entanto Siegfried alerta Gunther que será preciso mentir para que tudo corra bem. Siegfried será portanto introduzido como vassalo de Gunther, de forma a enaltecer o poder de Gunther, para que Brünhild não pense que Siegfried quer casar com ela. Ao apresentar-se como candidato à mão de Brünhild, Gunther fica a saber das tarefas que terá de cumprir para casar-se com Brünhild. Siegfried planeia ajuda o amigo através do seu manto invisível e finge ficar no barco para a rainha não se aperceber dos seus planos. Quando Brünhild aparece completamente armada Hagen reconhece que a rainha se assemelha a uma noiva demónio e que estão desgraçados por se terem de subjugar a uma mulher. Dá-se inicio aos jogos e uma pedra gigante é trazida por doze homens, pedra que Brünhild sem muita dificuldade atira depois de arremessar a lança. Entretanto Siegfried toca em Gunther e revela que vem em seu auxilio e pede-lhe segredo de tudo o que está a acontecer. Siegfried consegue ganhar Brünhild em todos os jogos para raiva da rainha que é forçada a reconhecer a sua derrota. Reaparece Siegfried a dizer que teve todo este tempo no barco e pergunta porque é que os jogos ainda não começaram. Informam-no da vitória de seu senhor Gunther, o que muito apraz a Siegfrid.

Brünhild terá de ir com Gunther até a sua corte em Worms e deixar a Islândia a cargo de um tio. Quando chegam à corte, Siegfried relembra Gunther da sua promessa e as duas rainhas casam no mesmo dia. Brünhild ao ver Kriemhild – uma rainha - casar com Siegfried – um vassalo – começa a chorar por pena de Kriemhild por casar com um vassalo. A noite de núpcias corre bem para Siegfried e Kriemhild devido ao amor que nutrem um pelo outro, já nos aposentos de Brünhild e Gunther a rainha pede a Gunther que lhe explique a razão do casamento inferior de Kriemhild mas Gunther recusa a responder, e quando tenta tocar Brünhild ela amarra-o à parede de modo a deixá-la dormir. O rei pede para desamarra-lo, que não irá tentar nada com ela. Ao outro dia Siegfried pergunta a Gunther como correu a noite e o rei conta-lhe tudo. Mais uma vez Siegfried compromete-se a ajudar, visitando os aposentos de Gunther essa noite com o seu manto invisível de modo a subjugar Brünhild mas nunca mais que isso, pois era Kriemhild quem ele amava. Nessa noite Siegfried luta com Brünhild que continua a recusar dar a sua virgindade a Gunther. Siegfried prendeu-a na cama com violência que ouviu-se os ossos a partir e gritos de dor, aí tirou-lhe o cinto (símbolo da virgindade) e o anel (símbolo do amor), símbolos que deu a Kriemhild, ninguém sabe muito bem o motivo. Gunther conseguiu assim exercer o seu papel de homem e marido enquanto Brünhild teve de renunciar à sua cólera e virgindade.

Das Nibelungenlied - "breve" sumário

Depois de concluir a leitura e estar brevemente a terminar o estudo desta obra (em alemão) decidi iniciar um sumário da obra em (para já) 3 partes. "Das Nibelungenlied" é uma obra que retrata maravilhosamente o período cortês misturado com um pré-cortês, com um desenrolar de costumes preciosos por vezes para um maior aumento do conhecimento histórico e literário. Depois de "Das Nibelungenlied" já consta na minha wishlist "Beowulf" e estou à espera de "The legend of Sigurd and Grundun" de J. R. R. Tolkien.

Das Nibelungenlied - Mittelhochdeutsch / Neuhochdeutsch

By Siegfried Gosse, Karl Bartsch, Helmut De Boor

Format: Paperback

1019 pages

ISBN: 9783150006443

Publisher: Philipp Reclam Jun Verlag GmbH

No âmbito de uma disciplina da minha faculdade e talvez motivada pelo desejo de voltar a estudar alguma coisa sobre a Idade Média comecei a ler “A canção dos Nibelungos” (tradução em português só uma brasileira que no entanto recomendo). Contudo não esperem deste livros histórias baseadas só na mitologia nórdica/ germânica. “Das Nibelungenlied” tem laivos do período pré- e cortês, que não só dificultam por vezes o entendimento de algumas situações, como também acaba por fornecer uma diversidade de personalidades e comportamentos dentro das personagens principais. Estas são no entanto já conhecidas do público geral. O livro inicia com Kriemhild (Grundun ou Grimhild para alguns), uma bela donzela que sonha com um falcão sendo atacado por duas águias, este sonho, a sua mãe revela que é um premonição de que Kriemhild conhecerá um jovem belo e apaixonar-se-á por ele. Kriemhild recusa-se a acreditar que irá amar algum cavaleiro. Há um desenrolar de nomes a maior parte sobre a família de Kriemhild: os seus três irmão Gunther, Gernot e Giselher, e a sua mãe Uta.

Na segunda aventura o poeta leva-nos até à corte de Siegmund e de seu filho Siegfried, que ouve falar da enorme beleza de Kriemhild e decide ir buscá-la à corte em Worms. Outra vez é-nos dado a conhecer informações sobre a família de Siegfried tal como aconteceu com Kriemhild. Ao mencionar as suas intenções a seu pai, Sigmund adverte o filho que não é com violência que se conquistam as donzelas (primeiro sinal do período cortês). Ao chegar a Worms, Hagen (conselheiro de Gunther que tudo sabe) informa Gunther dos feitos de Siegfried. É também a primeira oportunidade ao leitor/ouvinte (na época?) de se situar na história. Siegfried matou os corajosos Nibelungos – Schilbung e Nibelung, filhos de um poderoso rei e ao dividir o tesouro com eles em troca deram-lhe a espada dos Nibelungos. Vende que nem todos se contentavam com a partilha do tesouro Siegfried enfurece-se e matou-os a todos. Sabe-se também que Siegfried banhou-se em sangue de dragão tornando a sua pele impenetrável salvo num ponto nas costas onde uma folha se teria alojado quando Siegfried se banhava equiparando Siegfried a Aquilles. Siegfried continua determinado em buscar Kriemhild à força causando espanto na corte de Gunther. Os ânimos por sua vez ficam mais calmos e Gunther recebe muito bem Siegfried conseguindo que ficasse na corte de Worms um ano sem ver Kriemhild. Enquanto está na corte Siegfried serve como uma espécie de aliado a Gunther (esta aliança servirá até meio da história) e é graças a Siegfried que Gunther vence os Saxões provando a sua lealdade e utilidade futura a Gunther.


Wednesday, November 4, 2009

NANOWRIMO 2009 - GET SET GO!

A corrida ao Nanowrimo já começou desde Domingo mas confesso que tenho tido pouco tempo para escrever tudo a tempo e horas. Para já vou ainda no inicio do 2º capitulo com quase 3000 palavras quando deveria de estar nas 8000. Causa-me um bocadinho de confusão como querem que consigamos escrever uma novela de 157 ou 175 páginas em um mês quando na verdade os escritores levam por vezes mais que um ano a fazer o mesmo. De certo que é um incentivo à escrita e de facto fez com que começasse a escrever mais depressa. Não conto acabar com as ditas 100 e tal páginas, até porque a história que eu quis escrever não dá para tanto. Adianto só que, sendo o meu primeiro "livro" para crianças estou bastante insegura quanto à linguagem e aos temas/símbolos que escolhi para o desenvolvimento da história. Aos poucos vou vendo e revendo o filme da Disney da "Alice no País das Maravilhas" e também outros contos como os de Grimm/ Pierrout e La Fontane para ver o tipo de linguagem usada. Penso que um livro com 90 páginas para uma criança já é bom o suficiente. Deixo-vos também com uma série de quadros lindos de Josephine Wall - que para além de mágicos deixam-me sempre a sonhar um bocadinho.

Deixo também a lista de "currently reading":
- Stephen King: The Shinning (leitura conjunta)
- Paul Auster: Invisible

Wednesday, October 14, 2009

...

but forever is so much time...

Monday, September 7, 2009

Ninfomaniac


Scene 1: Passion
When my body strove during the days,
the shiver of keeping it cold,
a whisper and sight rushing through my blood...
I heard your silent voice every night on the bay...
Scene 2: The Surrender
At night where no one can find me
laid on the sand, on the bed, on the floor,
hoping you will always stay on top of me
arresting my lips to a war with yours...

Scene 3: The Punishment
On the graveyard when the candles are alive
on each gravestone that are perfect for a bed,
the candles fall, the dead souls rise
to order God the shred
of our ninfomaniac heads...


Monday, August 31, 2009

Necrofilia


Necrofilia

Magdalena

If I could just remain laid here, I am sure my husband will drive insane for walking endlessly about to crush the floor with the weight of his steps. I can still hear the wood that once was soft, barking into my deaf ears, the doctor is climbing upstairs, he will tell me again I have to do surgery, but if only my Sebastian would know how much it hurts to accept a chance of such dimensions. I am dying… the doctor will leave empty handed saying I might regret it. There is fifty percent of chance to make it through, and another fifty tell me I’ll die. The only cure for the heart lies on a tomb stone. From this small bed to this asylum, everything belongs to me. The neat nurses come in and they graceful and patiently start talking to me about easy stuff, I do believe they think I am not in my right state of mind. How do you do? It is a lovely morning. Do you remember my name? I am Mrs. Newman, your nurse. They talk loud… very loud. I know my ear is not what it used to be, but there is no need to shriek. They give me some sedatives or whatever they are called, I barely eat anymore… just pills… and more pills. My beloved husband is always near me, he keeps writing to the local newspaper, everyday he criticizes something new. I can read his lips, it is amazing how little attention we give to other people’s body parts when they are all functioning correctly. His lips are thin. He barely opens them to speak, I can scarcely see his teeth. They are normal, he is quite normal, I never noticed his lips. The human eyes and brain always tend to focus on things… in this room my eyes always concentrate on the walls, I know by heart the furniture, the swirls, the smell… Why can’t I just die? I got used to my bed, if I have been in this bed for years, I wonder if my next bed will be my coffin…

Saturday, August 29, 2009

Outubro- mês para gastar dinheirinho


Se para muitos é um tempo de crise, este fim de 2009 e 2010 vai ser a loucura a nível de dinheiro. Vejamos:

- Concerto de Dream Theater - 30€

- O meu b'day - ou seja party for everyone (se o ano passado gastei 50€ espero que este ano seja mais baratinho)

- Livros: ainda tenho de ler bastantes hopefully a minha prenda de anos será o Coraline do Nelinho Gayman (17€ na FNAC a versão original)

- Regresso à faculdade ou seja canetinhas, caderninhos, livrinhos...

- Outono/ Inverno 2009 - o azul petróleo está na moda e os 80's também. Muito trabalhinho pela frente para ficar quentinha e evitar gripes.

- Filmes como "Ponyo-à beira do mar", "9" e se tiver para aí virada "new moon" também prometem meter um buraco na minha conta financeira

- Música: Muse, Placebo, David Fonseca... jesus já não consigo enumerar mais já estou quase a chorar com o dinheiro que se gasta em coisas, que parecem perfeitamente banais.
You're always ahead of the rest,
When I'm always on time,
You got A's on your algebra test,
I failed and they kept me behind,
I just gotta get off my chest,
That I think you're divine,
You're always ahead of the rest,
While I drag behind..
Drag - Placebo (Meds 2006)
Edit - Obrigada amor era Outubro não Outono... o que era eu sem ti! wink wink hint hint...


Thursday, August 27, 2009

Crónicas de uma gótica em Mirandela sem piscina - parte II


“Desculpe mas tem de sair, o quarto já foi alugado a outra pessoa”




“Paaaaaaai, posso tirar fotos?” passaram vinte minutos desde que saímos à pressa do acampamento, parecíamos bichinhos pequeninos, mas muito atarefados a carregar um carro (que teria de ser pequeno já que somos também bichitos pequenitos). Saímos de Mirandela (sim eu ainda estava em Mirandela) em 1 minuto… foi bastante fácil, seguimos a placa verde que dizia Porto-Bragança e depois seguimos a do Porto, e entretanto apareceu Vila Real… 150 kms até ao Porto. Isto faz-se num instante… mandar uma mensagem, mandar outra… já deve chegar… até admira ter rede aqui. Não se pode meter música no rádio porque nos montes não há nada para sintonizar, não se pode por cds porque os meus pais não gostam de Metallica, já não há cassetes… bons tempos… “paizinho vai devagar… antes chegar viva ao Porto…” “Está calada deixa-me concentrar”. A minha irmã acabou de dizer que queria ser escritora. Olhei para ela devagarinho com cara de anti-social-farta-deste-mundo, que saudades de quando era criança e podia dizer tudo o que me apetecia… eu se digo que quero ser escritora, lançam os cães, os gatos e ainda dois budas em cima de mim para eu pensar melhor. Riu e esperou pelo meu comentário, eu nem abri a boca. “Mãe estou a pensar numa história dramática”… ai Jesus “a sério amor?” … “pai olha a velocidade” “estejam caladas eu vou devagar… olhem este a dormir vou ultrapassar”…. Vamos morrer. Pensei para os meus botões (ainda que tivesse uma t-shirt preta com trinta graus lá para fora só para mostrar o quão hardcore sou): poderia fazer de conta que sou uma escritora e dizer que este monte de calhaus, numa terra onde não há shoppings e as lojas levam por uma saia 50€, inspiram-me. São pedras, bastantes pedras, no meio de algo verde com um cheiro enjoativo a azeite e azeitonas. Senti-me mais enjoada que inspirada. Chegamos a Vila Real… óptimo a partir daqui mais meia hora e estamos na civilização. Entramos na Auto-estrada, velocidade máxima 120km/h “mãe já sei como vai ser a minha história dramática!” “Ai que horror”… “ Pai… estamos quase a chegar” “Ai que saudades do Porto… olha era por aqui que o…”

Tuesday, August 25, 2009

Crónicas de uma gótica em Mirandela sem piscina - parte I

Quando me avisaram que íamos para Mirandela pensei que de todos os sítios de Portugal onde a comida é tão boa, tinhamos de ir para a terra das alheiras (comida que não suporto), mas o facto de o local para onde íamos ter piscina foi satisfatório o suficiente para me calar, fazer as malas e despedir-me do Porto (como é que esta gente sobrevive longe do Porto???). A viagem não foi tão aborrecida, estrada boa = pagar; estrada má = borla. À ida de volta lembrem-me de gamar a câmara ao meu pai para fotografar o percurso de volta. Não quero entrar em detalhes poéticos até porque Mirandela em tudo me faz lembrar o Alentejo (visitei o Alentejo quando tinha 12 anos e ainda me lembro da vista, já que a única coisa que valeu a pena foi mesmo o tempo de Évora). Os campos, para além de estarem repletos de oliveiras e outras àrvores engraçadas, cujo nome me escapa devido á maldita cidade, possuem uma beleza bastante triste, que para alguns nem beleza é. Quando chegamos a Vila Real pensei: isto não pode ser cidade... Porto é uma cidade, Gaia é cidade e tem no mínimo 10 shoppings, 5 hospitais, e gente, que mais parece formigas de um lado para o outro. Vila Real tinha uma indicação para um hospital (pensei: óptimo já não morremos sem médicos) e nada mais. casas muitas casinhas, prédios... mas nada mais. Continuamos pela IP4 (God the heat) até que vimos "Mirandela 50km"... mais??? Depois de quase 90 km ainda tinhamos uns 50 pela frente. Estradas péssimas, curvas apertadas... com o meu espírito optimista pensava 'ainda vamos cair daqui a baixo.... vai devagar paizinho' Um carro com um homem e três mulheres é um inferno. Noto isso quando estou com o meu namorado 'Amor... vai devagar... amor... olha a velocidade...' e eu que gosto de velocidades... faz parte da praxe de ser mulher. E por falar em ser mulher, há algo que me faz profundamente querer ser homem. Tal como quando nos dizem que os bebés vêm numa cegonha, quando dizem que nos tornamos mulheres por uma coisa que vem todos os meses (homens podem parar de ler), se soubesse que não ia ser tão maravilhoso como se anuncia ('ai que lindo já és uma mulher'.... '.... as dores.... Gott'), se soubesse que não era tão engraçado como se ensina nas escolas, já teria feito uma operação para tornar homem e viraria gay (meu Deus mais uma família que ia ficar destruída blah blah blah). Há sempre qualquer coisa que me impede de ir de férias: não é o dinheiro (graças a Deus), não é a saúde (graças a Deus), não é o trabalho (eu sou malandra) é aquelas coisinhas queridas que vêm todos os meses às mulheres... e aqui estou. Em Mirandela, terra da alheira (odeio alheiras), sem piscina, com um calor insuportável e contorcer de dores... momento perfeito para cortar os pulsos e dizer frases como 'the world hates me'. Mas Mirandela tem muito mais que se diga do que as oliveiras, a terrível IP4 e as alheiras... tem duas rotundas e algo que ainda não descobri... vi uma placa a dizer 'centro histórico' pensei 'posso pedir para irmos lá, mas se for como o templo de Diana em Évora, mais vale ficar quietinha antes que me lixem a cabeça'. Tenho a cãmara fotográfica pronta a usar e 5 fotos comigo e com a minha família em roupas impróprias, prontas a nunca serem divulgadas no hi5.
Ainda me pergunto: tem de haver aqui uma FNAC.... uma Betrand... qualquer coisa... ainda só comprei duas sabrinas na New Code (única loja de roupa que encontrei) e espero vir a encontrar mais. Pelo menos uma FNAC ;__; será pedir muito. Sem acrescentar muito mais, digo que vale a pena para pessoas que gostem da Natureza e de aventuras. Para quem não gostar... fique em casa que se está muito bem.

Sunday, August 23, 2009

Lê-se mais, mas melhor?


Após ter lido a entrevista da escritora portuguesa Alice Vieira na revista do Jornal de Notícias (among other things) deparei-me (OUTRA VEZ) com a discussão de que "nunca foi tão fácil publicar um livro"... eu paro e penso: (vou tentar deixar os clássicos de lado) se hoje em dia, nem que seja através de publicações próprias ou online, como é que os leitores devem-se sentir ao verem-se entulhados de títulos, sinopses, nomes que a certo dia já não lhe dizem nada: "Conheces o fulano tal?"... "não, porque?" "Ah publicou um livro..." sim e? O facto de ser mais fácil de publicar livros (kinda ironic since ainda há uma certa ponta de sorte na escolha de publicação) faz com que haja dois problemas:
  • As hipóteses de EU publicar um livro são agora 100% maiores do que nos anos 30... 40... 50... 60... (calma eu não vou regressar ao passado)


  • No entanto como agora existe um publico bem mais abragente, as livrarias são invadidas por livros good e por livros "not so good"

Contudo não se deve pensar que é o fim do mundo da literatura (não senhora... estamos quase, ainda falta uns aninhos), mas estas coisas devem ser cíclicas, lembrem-se quantos livros também foram publicados antigamente (quando digo antigamente digo séculos, não anos) e quantos chegaram aos dias de hoje. Na verdade o problema da literatura pouco... "erudita" não está no facto de falta de profundidade. É verdade que muitas pessoas quando lêm um Nicholas Sparks, depois de lerem outro e outro já não tem pachorra para mais, no entanto digamos que Nicholas Sparks é assim um autor para mulher que gostem de telenovelas brasileiras e como lás nos States não devem ter isso, divertem-se a lerem os livros. O que acho que está profundamente errado é o facto de pessoas já adultas lerem livros que supostamente teriam interesse para jovens e acharem "uma obra de arte" mete-me um bocado de confusão. É como ir ver aqueles filmes para "teenagers" onde toda a gente já sabe como vai acabar mas mesmo assim ainda vamos ver, porque hey algum há-de ser bom. O mesmo se passa com a literatura hoje em dia: lemos muito, mas para chegarmos a uma obra mesmo boa precisamos de ler 30 maus. (sim estou a exagerar e ainda bem, meter paninhos quentes não ajuda)

Acho, que em 1º lugar uma boa educação nos jovens a nível literário é fundamental. No tempo em que eu andava no secundário já havia Harry Potter e esse sensacionalismo todo. Admito a minha prima lia bem mais livros que eu, se bem me lembro ela lia Marion Zimmer Bradley e outras coisas... e eu lá lia um livrito por ano para fazer a vontade à minha mãe que dizia sempre 'Tens que ler não podes estar enfiada o ano todo em frente da Playstation" (bons tempos minha gente) Por acaso era a minha mãe que me escolhia os livros dizia sempre 'olha quando tinha a tua idade gostei muito deste', e eu lá lia até que, à medida que ia crescendo ia dando livros cada vez mais fortes. Estupidamente gostava daqueles que eram mais fortes ou daqueles que não percebia nada (se não percebo é porque sou burrinha ou ainda não atingi maturidade)... identifiquei-me com Florbela Espanca aos 14 (raio de idade para se ler aquilo) e ainda no outro dia a minha mãe disse que isso quase se tornou uma obsessão para mim (é verdade, é verdade) Mas isto tudo para chegar ao fundo da questão: os pais ou até mesmo os professores incitam à leitura? Bem sei que lemos bastante quando somos pequeninos: as fábulas, os contos, ainda me lembro de muitas histórias que lia quando era piquena, mas apartir daí foi-se tudo. As hormonas não deixavam ler, achava que todos os clássicos eram irritantes, uma colega nossa leu "Romeu & Julieta" admitiu que era "uma seca". Sei que há diferentes livros para diferentes idades, mas não será que os professores (já que duvido que muitos pais façam iniciativas à leitura) tem um papel fundamental na formação de novos jovens leitores? Nunca nenhum professor me disse para ler o Alice in Wonderland, ou até mesmo no 10º teria venerado Edgar Allan Poe. Verdade seja dita que li bastante no meu 12º e isso viu-se nos resultados de algumas notas, mas quando agora ando a ler aos 20 livros por ano, cada vez que leio mal penso 'se eu não tivesse entrado na faculdade a esta hora não estava a ler isto'.

Isto tudo implica uma profunda reflexão com uma solução nunca à vista. Acho que tem de partir dos próprios escritores (que sejamos sinceros muitos escrevem para vender, não me venham com histórias) e dos próprios leitores que deveriam ser mais exigentes. É muito cedo para fazer um balanço, mas espero quando der aulas conseguir cativar os meus alunos para lerem de tudo um pouco (tanto fantasia, como terror, como romances).

Tuesday, August 18, 2009

The strawberry song


The strawberry song:


For her birthday Molly wished
Some pineaples and strawberries
Mixed with chocolate and blueberries
to eat all she could in a single day
when everyone should be merry and gay.


Her aunt gave her some talking doll,
but Molly dind't like dolls at all!
Her mother bought some silver chain
(to attacher it to her dairy),
yet Molly only wished something plain.


At last her boyfriend came along
singing the strawberry song:
Once upon a time a silly girl
wished fruit more than the world
No grown up could grant her wish
Of presenting such a dish!

Saturday, August 15, 2009

Tender is the night

Already with thee! tender is the night,
But here there is no light,
Save what from heaven is with the breezes blown
Trough verdurous glooms and winding mossy ways.

Ode to a nightingale


The sleeping ghost, that travels at this hour,
when morning comes and the golden sphere
shines through this sorry and sour land
waving tears, with snooring like a queer
monster, shattering glasses, bashing the trees,
he sits where a sad nightingale moans,
blinded by the sunlight, blazed like the coal,
both start admiring and plotting
how could they kill the sun?

The nightingale said the sun could not be killed
"Who will rule when there shall be no life?"
"Ah my friend, tender is the night,
where there is no light
Now we can admire the dark beauty of life
While the day is no longer bright..."