Tuesday, August 25, 2009

Crónicas de uma gótica em Mirandela sem piscina - parte I

Quando me avisaram que íamos para Mirandela pensei que de todos os sítios de Portugal onde a comida é tão boa, tinhamos de ir para a terra das alheiras (comida que não suporto), mas o facto de o local para onde íamos ter piscina foi satisfatório o suficiente para me calar, fazer as malas e despedir-me do Porto (como é que esta gente sobrevive longe do Porto???). A viagem não foi tão aborrecida, estrada boa = pagar; estrada má = borla. À ida de volta lembrem-me de gamar a câmara ao meu pai para fotografar o percurso de volta. Não quero entrar em detalhes poéticos até porque Mirandela em tudo me faz lembrar o Alentejo (visitei o Alentejo quando tinha 12 anos e ainda me lembro da vista, já que a única coisa que valeu a pena foi mesmo o tempo de Évora). Os campos, para além de estarem repletos de oliveiras e outras àrvores engraçadas, cujo nome me escapa devido á maldita cidade, possuem uma beleza bastante triste, que para alguns nem beleza é. Quando chegamos a Vila Real pensei: isto não pode ser cidade... Porto é uma cidade, Gaia é cidade e tem no mínimo 10 shoppings, 5 hospitais, e gente, que mais parece formigas de um lado para o outro. Vila Real tinha uma indicação para um hospital (pensei: óptimo já não morremos sem médicos) e nada mais. casas muitas casinhas, prédios... mas nada mais. Continuamos pela IP4 (God the heat) até que vimos "Mirandela 50km"... mais??? Depois de quase 90 km ainda tinhamos uns 50 pela frente. Estradas péssimas, curvas apertadas... com o meu espírito optimista pensava 'ainda vamos cair daqui a baixo.... vai devagar paizinho' Um carro com um homem e três mulheres é um inferno. Noto isso quando estou com o meu namorado 'Amor... vai devagar... amor... olha a velocidade...' e eu que gosto de velocidades... faz parte da praxe de ser mulher. E por falar em ser mulher, há algo que me faz profundamente querer ser homem. Tal como quando nos dizem que os bebés vêm numa cegonha, quando dizem que nos tornamos mulheres por uma coisa que vem todos os meses (homens podem parar de ler), se soubesse que não ia ser tão maravilhoso como se anuncia ('ai que lindo já és uma mulher'.... '.... as dores.... Gott'), se soubesse que não era tão engraçado como se ensina nas escolas, já teria feito uma operação para tornar homem e viraria gay (meu Deus mais uma família que ia ficar destruída blah blah blah). Há sempre qualquer coisa que me impede de ir de férias: não é o dinheiro (graças a Deus), não é a saúde (graças a Deus), não é o trabalho (eu sou malandra) é aquelas coisinhas queridas que vêm todos os meses às mulheres... e aqui estou. Em Mirandela, terra da alheira (odeio alheiras), sem piscina, com um calor insuportável e contorcer de dores... momento perfeito para cortar os pulsos e dizer frases como 'the world hates me'. Mas Mirandela tem muito mais que se diga do que as oliveiras, a terrível IP4 e as alheiras... tem duas rotundas e algo que ainda não descobri... vi uma placa a dizer 'centro histórico' pensei 'posso pedir para irmos lá, mas se for como o templo de Diana em Évora, mais vale ficar quietinha antes que me lixem a cabeça'. Tenho a cãmara fotográfica pronta a usar e 5 fotos comigo e com a minha família em roupas impróprias, prontas a nunca serem divulgadas no hi5.
Ainda me pergunto: tem de haver aqui uma FNAC.... uma Betrand... qualquer coisa... ainda só comprei duas sabrinas na New Code (única loja de roupa que encontrei) e espero vir a encontrar mais. Pelo menos uma FNAC ;__; será pedir muito. Sem acrescentar muito mais, digo que vale a pena para pessoas que gostem da Natureza e de aventuras. Para quem não gostar... fique em casa que se está muito bem.

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