Friday, February 26, 2010

Matters of sex and gender




The matters of love combined with sex

involving prejudice that men project

of women as an object

whose only purpose is to use and then reject.

Thursday, February 25, 2010

Decameron: Parte I

Decameron
Parte I
Giovanni Boccaccio
Tradução: Urbano Tavares Rodrigues
Editora: Relógio d'Água

Decameron foi escrito entre 1348 e 1353, encontra-se dividido em quatro partes, onde sete raparigas e três jovens rapazes partem da cidade infestada com a peste negra, para o campo, com o objectivo de fugir ao clima pestilento e doente, onde todos os dias morrem centenas de pessoas. Jovens e belas encontram três cavalheiros que as acompanham até ao campo. Para passar o tempo todos os dias depois de comer sentam-se ao ar livre e contam pequenas histórias durante os dez dias que lá irão permanecer.
Nesta primeira parte Pampinea é eleita rainha e cada dia surge uma história diferente do mesmo tema.
Os primeiros dez contos abordam temas religiosos onde estão presentes judeus, padres que cedem à tentação, religiosos que vivem em situação de extrema riqueza e podridão moral. Não só de crítica moralista sobrevive este primeiro dia, Fiammeta e Pampinéa contam historias de como as mulheres casadas, tentando ser seduzidas por homens acabam por reprimi-los de forma inteligente. A eloquência dos discursos e também o raciocínio rápido das personagens apoiam a construção destas, que apesar de estarem confinadas a breves momentos (por vezes o conto não tem mais que duas páginas) sentimos uma empatia grande devido à sua personalidade.

Tuesday, February 23, 2010

Herland: a utopia feminina

Herland
Charlotte Perkins Gilman
Editora: Women's Press Ltd.
Ano: 1915
Páginas: 176



Herland como o título refere é uma utopia feminina e feminista, que narra a história de três homens e como estes encontraram um país no meio de uma floresta composto só por mulheres: adultas, jovens e até crianças. Feitos prisioneiros, os três homens, Van (o narrador); Jeff e Terry são mantidos num castelo e tratados com o máximo cuidado e respeito. Aprendem a língua de Herland aos poucos e com ela a cultura e muita da filosofia defendida pelas mulheres. Os três homens apresentam ideologias distintas de acordo com a sociedade vigente: Jeff é um homem "feminizado", delicado; Terry pelo contrário é um homem, cuja ideologia pode parecer mais próxima do machismo; Van encontra-se no meio, sociólogo e entusiasta da linguagem, Van acaba por ceder aos fascínio que Herland lhe proporciona. Os três jovens lançam-se à exploração de Herland, procurando encontrar uma sociedade retrograda, desorganizada e acima de tudo histérica; contudo acabam por encontrar um país tão antigo como o nosso, onde se cultiva o trabalho, a educação, a maternidade, numa sociedade perto de ser perfeita. Apesar de ter classificado o livro no máximo, este não está isento de defeitos. Existem algumas teorias um pouco improváveis e irreais (visto que se trata de uma utopia, o livro todo é irreal), como o caso da descendência composta por bébés do sexo feminino, assegurando a extinção do género masculino de Herland. Aliada à maternidade está, claro, a parentalidade inexistente em Herland. Devido a este mecanismo natural, as três educadoras de Van, Jeff e Terry não estranham a existência da virgem Maria, pois elas são também virgens que dão à luz bebes.
Com bastante engenho Charlotte Gilman consegue muito bem dar voz a um homem, apesar de ser uma obra feminista e feminina. As mulheres são claramente enaltecidas, mostrando o seu valor tanto para trabalhar como para cuidar dos seus filhos ao mesmo tempo. O problema reside mesmo nos visitantes, que com as mulheres a trabalharem, sentem que não lhes podem dar nada, salvo os seus nomes. Este presente presenteia um retrato redutor do homem, que após assistir impotente àquelas mulheres trabalhadoras e felizes pela sua vida simples, pacifica, só resta abandonar todos os ensinamentos da nossa sociedade e voltar às origens do mundo, onde homem e mulher são um casal, sem sedução, sem malícia, apenas por amor fraternal, sem poluição sociológica.
"Herland" deve ser lido por todas as mulheres que gostam de ser mulheres, ainda que pensemos que a nossa sociedade graceja a mulher com a independência tão sofrida, existe ainda bastante preconceito em relação às nossas capacidades e funções nesta sociedade misógena, que aos poucos tem cedido ao retrocesso. "Herland" marca essa luta pela igualdade entre os géneros, que irá marcar a primeira parte do século XX.

Sunday, February 21, 2010

Morreste-me

Morreste-me
José Luís Peixoto
Editora: Temas & Debates



Este pequeno grande livro como pode ser carinhosamente apelidado, retrata num bonito tom poético a dor de perder alguém tão próximo de nós, como perdeu José Luís Peixoto, o seu pai. Um simples virar de chaves para abrir uma porta, chaves estas pertencentes ao pai, chaves da casa que o pai tanto amou, chaves que inconscientemente mergulham uma pessoa a pensar na efemeridade da vida e daqueles que nos rodeiam. "Morreste-me" é uma breve reflexão sentida sobre o quotidiano após a perda de um amigo e de um companheiro.

Saturday, February 20, 2010

Os cadernos de Dom Rigoberto

Os cadernos de Dom Rigoberto
Mario Vargas Llosa
Colecção: Biblioteca Sábado



Após a separação de Rigoberto, um trabalhador de uma companhia de seguros, que vive uma vida interior dupla, de dia no seu trabalho e de noite fantasiando possíveis aventuras eróticas com a sua (ex)mulher. Enquanto Rigoberto é assombrado pelas saudades da mulher, Lucrecia sofre com as visitas do seu enteado, Fonchito, motivo da sua separação com Rigoberto, caracterizando esta criança como um demónio presa num corpo de criança, e a seduziu e desgraçou, pondo fim ao casamento feliz que durava já à onze anos. Fonchito desenvolve uma curiosa obsessão pelo pintor Egon Schiele e depois do colégio visita dona Lucrecia e partilha com ela todos os pormenores dos quadros e da vida de Schiele, tendo como missão juntar o "pápá" e a "madrasta" através do pintor. O leitor é guiado através das fantasias sexuais mais sórdidas, acompanhadas pela pintura, literatura e até música. Existe um mundo real que desvanece aos poucos para se misturar com as fantasias mais retorcidas da mente humana. Apesar de as fantasias não serem o principal motivo pela qual o leitor deixa ser conduzido pelas páginas, a história ficcional do possível entendimento entre Lucrecia e Rigoberto não apresenta qualquer solução definitiva. Não sabemos se Lucrecia e Rigoberto manter-se-ão afastados de Fonchito, de maneira a evitar a divisão do casal, porém os sentimentos de Lucrecia para com o enteado mantêm-se sempre ambivalentes: ora enche-se de cólera e tenta bater-lhe por atormentá-la, ora beija-o na testa e perdoa-lhe as traquinices. É um livro bonito, harmonioso, com uma escrita perfeita e hábil, embora as páginas pareciam multiplicar-se. Como primeira experiência com a literatura erótica devo dizer que foi bastante feliz a escolha deste livro.

Thursday, February 18, 2010

Os (eternos) cadernos de Dom Rigoberto

Vai de caminho fazer uma semana desde que comecei a ler "Os cadernos de Dom Rigoberto" de Mario Vargas Llosa e encontro-me a meio da narrativa. Embora o livro só tenha 255 páginas, parece bem mais comprido, não sei se pela minha falta de familiaridade com os autores latino-americanos, se pela narrativa em si que mistura ficção e realidade dentro do texto. A verdade é que tenho evitado acumular os livros na minha mesinha de cabeceira mas está-se a tornar um pouco inevitável. Tenho lido nos transportes, em casa, à noite, de tarde e as páginas continuam a desfilar à minha frente. Quando acabar este espero que o "Herland" e o "Morreste-me" sejam lidos numa noite para depois lançar-me para o calhamaço do "Decameron".


Entretanto começou o segundo semestre e estou entusiasmada com as minhas disciplinas, embora poucas espero ter muito trabalho e muitos livrinhos para ler. Seminários de Cultura e Literatura Alemã, Estudos Feministas e Alemão vão ocupar-me as segundas e as terças. Pena não haver nenhuma disciplina de Literatura Inglesa Medieval ou Cultura Inglesa Medieval para estudar o Beowulf, ou então uma disciplina sobre literatura fantástica e terror onde podia estudar Edgar Allan Poe... mas não... F*** Bolonha.

Saturday, February 13, 2010

Living dead in Dallas

Living dead in Dallas
Charlaine Harris
Editora: Ace books
Data de lançamento: Março 2002
Páginas: 291
Preço: 6€75



Após Sookie dar a conhecer aos vampiros a sua habilidade de ler os pensamentos e prometer que os ajudaria em troca de deixar os culpados entregues à policia, Sookie encontra-se em Dallas, a prestar serviços para o vampiro Stan, cujo irmão, Farrell, desapareceu. Ainda em estado de choque da morte do seu amigo Lafayette, Sookie vê-se arrastada para uma cidade nova, onde os vampiros são de facto a última ameaça à sua segurança. Com uma leitura mais compulsiva, Charlaine Harris volta-se neste segundo volume para os humanos e como estes conseguem tomar atitudes extremamente radicais. No entanto Sookie está longe de ter um relacionamento perfeito e calmo com Bill Compton, visto que namorar com um vampiro oferece o direito de ter uma vida cheia de perigos, longe da banalidade e pacatez. Contudo os vampiros continuam a ser criaturas assustadoras, instáveis e selvagens. Não existe muita diferença entre os vampiros e os humanos, se não contarmos com o facto de os vampiros estarem mortos, na verdade ambos têm temperamentos muito semelhantes. Os humanos são capaz de odiar os vampiros e os vampiros são capazes de estabelecer vingança e caçar os humanos por prazer e diversão. Existem também para além dos vampiros e dos "shape-shifters", aparece uma "maenad" chamada Callisto atraída pela loucura e promiscuidade dos humanos. A variedade de criaturas é sem duvida um facto positivo, visto que evita que fiquemos fartos de vampiros e tal como Sookie também queremos os nossos momentos humanos.

Agora é só esperar pelo 3º

Friday, February 12, 2010

Livros para ler (2)

A lista entretanto foi actualizada e novos livros vão aparecendo, entretanto virei-me para a literatura pseudo-erótica, feminista e até um pouco de lésbicas (no wink wink here)


Morreste-me
José Luís Peixoto

Após a leitura do "Cemitério de pianos" não resisti a trazer este livro, espero bem que não me desiluda, tenho esperança de vir a ler muitos livros dele.


La Garçonne
Victor Margueritte


"It deals with the life of a young woman who, upon learning that her fiancé is cheating on her, decides to live life freely and on her own terms. Amongst other things, this included having multiple sexual partners. The title translates as "The Tomboy." The title addresses the somewhat ambiguous realm between definite gender roles, e.g. where a Judeo-Christian patriarchal society might place a free-thinking, free-living woman in its social strata."

(wikipedia.org)



Herland
Charlotte Perkins Gilman

'Herland is utopia with a smlle, a gentle, witty version of what women can be. As fascinating to women for what it omits entirely as for what it discovers and invents for us, it is a fast and invigorating read' Marge Plercy; 'Raise three cheers and stop for a good read... a treat awaits you' Cosmopolitan; 'Herland is a pure delight' Susan Brownmiller
(amazon.co.uk)


Decameron
Giovanni Boccaccio

Considerado um dos primeiros exemplares de literatura erótica, com muita ironia à mistura, este livro é uma reunião de contos contados pelos dez jovens que fogem da peste no campo. Depois de ler os "Contos eróticos" numa pequena amostra do que era o Decameron, só posso esperar que este entre nos meu favoritos.





Ghostgirl: a rapariga invisível
Tonya Hurley

E porque nem só de clássicos sobrevive a literatura, momento pita do ano, espero muitos clichés, muitos dramas e sei que vou dar graças a Deus de nunca ter estudado nos E. U. A, no entanto é sempre bom estar actualizada destas obras mais juvenis.



Thursday, February 11, 2010

The Hobbit

The Hobbit
Illustrated by Alan Lee
J. R. R. Tolkien



Bilbo Baggins, um hobbit, vive recatado na sua aldeia muito contente com a sua vida despreocupada, desprovido de qualquer emoção ou aventura, até que chega um amigo seu Gandalf e propõe uma viagem com mais 13 anões, em que o seu único papel será o de ladrão. Bilbo é um hobbit conhecido na sua aldeia como alguém respeitável, devido à sua aversão por aventuras, mas quando os treze anões invadem a sua casa para tomar chá, Bilbo vê-se mesmo forçado a entrar no jogo e deixar a sua casa confortável e as suas refeições. Mas esta viagem tem como principal objectivo uma causa nobre: a vingança por parte dos anões contra o terrível dragão Smaug, que lhes roubou os tesouros e expulsou-os do seu palácio. Longe do seu buraco confortável a barriga de Bilbo e a sua moral começam a descer assim que se vê as dificuldades e os perigos, mas também quando se vê forçado a exercer o seu trabalho como ladrão. Quando os anões enfrentam os orcs nas Montanhas Sombrias, Bilbo perde-se, encontrando uma criatura, Smeagol, estabelecendo um diálogo feito de adivinhas, e encontrando um anel mágico que o mete invisível. Com a ajuda deste anel Bilbo evolui e ascende a um estatuto de herói e guerreiro, símbolo da sua espada Sting e da armadura oferecida por Thorin. Bilbo é de facto a única personagem que evolui de certa maneira de forma positiva, Gandalf é uma personagem maioritariamente ausente e Thorin acaba por ser consumido pela ganancia do seu tesouro. Um livro agradável, fácil de ler, com imagens poderosas, que apenas peca pelo seu fim, quase apressado, no entanto entende-se bem a ponte desta história, para a saga do "Lord of the rings".

Tuesday, February 9, 2010

Nómada

Nómada
The host
Stephenie Meyer



Li este livro em inícios de Setembro e escrevi a crítica mal acabei, mesmo assim nunca é tarde para actualizar as reviews.

Em primeiro lugar gostaria de acrescentar que a sra. Meyer não é nenhuma ignorante, mas durante a execução dos livros deve-se esquecer de muita coisa que aprendeu na faculdade. A autora pega em temas e símbolos brilhantes da literatura - condição humana, deserto, a sobrevivência aliada à mortalidade - e consegue destruir todo o seu valor banalizando estes temas.
Não irei adiantar muito sobre a história, mas é capaz de haver alguns spoilers depois de concluir tudo o que tenho a escrever vejo que partes omitir.
A história não é nada de especial, quem já viu filmes de ficção científica chega a achar algumas coisas demasiado ridículas (o facto de a "alma" já ter sido uma aranha, um urso, uma flor) e irá descobrir que aquilo de ficção científica tem de facto muito pouco. De facto "The host" é mais um ensaio, uma utopia banal sobre os humanos (somos frios, rudes, tempestuosos, violentos, tal como amáveis e generosos) e estas características tornam-nos tão afáveis e atraentes...

Não há muito a dizer sobre as personagens, a senhora Meyer volta a falhar um pouco nesse campo e o facto de o livro ser gigante não ajuda muito visto que já me esqueci de bastantes páginas, que provavelmente não serviam para rigorosamente nada. A Noa (não sei como está no original) é vista como uma "pessoa" perfeita (.... dejá-vou monsieur Edward?) não cede aos ímpetos da sua hospedeira Melanie e tenta sempre fazer o que está correcto; por sua vez Melanie recusa-se a ficar sem o corpo e luta com todas as suas forças. Depois temos Jared (sorry mrs. Meyer mas a personagem está tão mal construída) que se ele não dissesse "amo-te" tantas vezes a Melanie acharia que era uma personagem como outra qualquer e não o homem que está apaixonado por a humana), depois sobra-nos Ian e Jamie que desempenham um papel importante e claro Jeb. Tirando a paixoneta de Ian por Noa que só se nota para aí na página 500 e tal, acho que a senhora Meyer tentou meter o tema do amor muito à pressa e de uma maneira trapalhona.

O livro tem 800 e tal páginas (tradução) com frases por vezes completamente desnecessárias e forçadas:
"Doc, diz-me, por favor, que temos aqui uma maquineta que dê para gravar?
- Não. Lamento, Ian.
- Este momento deveria ficar registado. .... Isso era motivo suficiente para ter fazer acordar do choque"
(pág. 796)

"Franzi o sobrolho." - de facto esta expressão escusava de ter sido reciclada tantas vezes.

"Melanie resmungou em silêncio" não é que soe mal ... mas apenas falso...

A estrutura das frases e dos diálogos são simples, vocabulário limitado à excepção de meia-dúzia de palavras, e pensamentos pouco ou nada profundos. O fim está claro é o que todos esperam quando chegarem a meio do livro, mas curioso que mesmo quando Melanie tem o seu corpo de volta desaparece - não fala quase nada - enquanto Noa continua a descrever tudo de certa maneira acho que a mrs. Meyer acabou por aniquilar uma das personagens principais de modo inconsciente remetendo-a para o silêncio... Silêncio também sempre existente em Bella, que nunca se importa com nada.

As personagens femininas de S. Meyer são de facto muito pouco femininas, parecem recortadas dos tempos de Shakespeare, em que a mulher não tem opinião, nem escolha, simplesmente quer ser amada e acaba por haver um final feliz. O amor tem de vencer, mas as personagens acabam por não ter sumo nenhum.

Em suma, não é um livro memorável, não vale os 20... 17... 18€ que dão por ele, e passado algumas semanas vão-se esquecer de 90% do que leram. Quem leu a saga "Twilight" passa bem sem ler este. A senhora Meyer ainda tem muito que estudar e sem dúvida auto-controlo nas páginas. Acho que deveria escrever contos para começar a fazer uma selecção quando escrevesse estas histórias que cabiam muito bem em metade.

Monday, February 8, 2010

Wishlist (1)

Antologia do Cancioneiro Geral
Garcia Resende

A primeira edição desta obra, uma vasta compilação poética em português e castelhano, data de 1516. Publicado com o intuito de salvar do esquecimento muitas das composições nele recolhidas e para evidenciar as primeiras individualidades poéticas da nossa literatura, o Cancioneiro Geral deu início à tradição lírica portuguesa. Das 880 composições incluídas na edição original, a presente antologia reúne 110 agrupadas em três géneros principais: poesia de amor, poesia satírica e poesia de inspiração moral e religiosa. Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, Gil Vicente, D. João de Meneses e o próprio Garcia de Resende são alguns dos autores mais significativos.
(wook.pt)


Poesia e prosa medievais
Vários

Uma antologia que reúne alguns dos primeiros poemas e textos em prosa (literária ou não) escritos na nossa língua. Neste livro encontram-se reunidos poemas de 44 autores (entre os quais se destacam nomes como Afonso X, D. Dinis, Martim Codax) e textos de prosa todos eles de autores anónimos. A Introdução está dividida em duas secções principais “Poesia Trovadoresca” e “Prosa Anónima” e alia um minucioso carácter informativo a um tom didáctico rigoroso. (fnac.pt)

Sunday, February 7, 2010

Wildwood dancing

Wildwood dancing
Juliet Marillier
Editora: Knopf books
Livro I da série "Wildwood"



Este é já o terceiro livro que leio da autora neozelandesa Juliet Marillier, sendo que os primeiros que li dela (dois primeiros da saga da trilogia de Sevenwaters) serviram como para apalpar terreno. De facto o que mais me fascinou no livro foi a capa, quando vi o livro na FNAC fiquei tentada a trazê-lo, somente o preço impediu que o fizesse. Passados quase dois anos decidi não esperar mais e ver se as linhas tinham a mesma qualidade que a obra do Kinuko Y. Craft. Existe um paralelo de temas com a série de Sevenwaters, um estilo de marca pessoal na escrita de Marillier que notamos ao longo das várias histórias. Existe sempre uma personagem que consegue comunicar através de pensamentos e a dualidade de uma mulher e de um homem. As mulher de Juliet Marillier lutam pela independência e contra a tirania de alguns homens, mas também conseguem encontrar um homem bom capaz de as amar. A história só pode acabar quando a autora satisfizer o pedido do leitor de acabar com os maus e lançar a personagem principal nos braços do amado que protege-la-á. "Wildwood dancing" é um livro inspirado no conto das doze princesas bailarinas misturado com o conto "A princesa e o sapo". Jena e as suas irmãs Paula, Iulia, Tati e Stela costumam sair do seu quarto nos seus vestidos de baile todas as luas cheias para o Outro Reino para dançarem toda a noite com duendes e outras criaturas encantadas sob a supervisão da rainha Ileana. Com a doença do pai a agravar-se, este parte para Constanza com o objectivo de recuperar durante o Inverno, durante a sua ausência deixa todos os cargos da casa entregues a Jena e Tati, as filhas mais velhas. Após a partida do pai os acontecimentos pioram: Cezar, o primo de Jena parece cada vez mais obcecado com a vingança do seu irmão Costi, quando Jena tinha 5 anos e surge no Outro Reino a presença das criaturas da noite, muito semelhantes com vampiros. Jena sente a presença de um jovem a olhar para ela, mas evita contacto sabendo que aquelas criaturas são perigosas. Quando chegam a casa Jena nota que os baú dos dinheiros está quando esgotado e entra em pânico. Cezar age como se o pai de Jena estivesse morto e começa a controlar as irmãs tirando-lhes os dinheiros. Jena sente o comportamento do primo tornar-se cada vez mais autoritário e frio. Quando Jena e as suas irmãs entram outra vez no Outro Reino, Tati interessa-se cada vez mais por uma criatura da noite, Shadow, enquanto Jena tem uma dança com o líder das criaturas da Noite, Tadeusz, que diz que nada acontece sem um preço e que os da sua espécie são mal entendidos pelos humanos. Aterrorizada Jena sente-se também atraída, mas age de forma racional. Ao outro dia as cercas que estavam para acabar, encontram-se prontas e dá-se a morte de uma rapariga e Jena acredita que esta morte fora o pagamento do trabalho que as criaturas da noite realizaram quando terminaram as cercas. Após esta morte Cezar encontra-se cada vez pior, agindo de forma tempestuosa e irracional, enquanto Jena e as irmãs têm o cerco cada vez mais apertando tornando-se prisioneiras da sua própria casa. Jena conta sempre com o seu amigo inseparável, Gogu, um sapo que ela salvou da morte. Jena tem de salvar a irmã da morte, a sua casa da tirania do primo e lutar contra o seu amor. Comovente e também numa leitura compulsiva, Marillier afasta-se dos vampiros, aproximando-se das lendas da Transilvânia. É de facto fascinante a maneira como a escritora junta todos estes elementos, sem perder o fio à meada. Podemos contar sempre com magia e sobretudo com uma história fiel aos contos de fadas. Espero ler o "Cybele's Secret" o mais cedo possível.

Friday, February 5, 2010

Tomb Raider: Legend



Porque a vida não é feita só de livros, ando a jogar Tomb Raider: Legend já que as saudades da menina Croft voltaram. Até agora os dois níveis iniciais parecem ser exequíveis. Portanto lê-se "Wildwood dancing" de Juliet Marillier, e joga-se "Tomb Raider: Legend".

Thursday, February 4, 2010

1984: George Orwell

1984
George Orwell
Editora: Penguin
Publicado em 1949


1984 conta a história de Winston Smith, um membro do Partido em Londres, que se revolta contra a instituição controlada pelo "Big Brother". Aliás o "Big Brother", representado através dos televisores, não controla somente a sociedade mas sim a vida próprias das pessoas, tanto a nível físico como emocional. Numa sociedade onde "Freedoom is slavery", membros do Partido controlam e alteram a linguagem e o passado diariamente, de maneira a apagar das pessoas a memória. O controlo é rigoroso e o Partido consegue controlar as massas através do medo e do terror, no entanto existe algo que ninguém consegue controlar - o pensamento e os sonhos. Também os sonhos são perigosos, seria possível, que se durante o sono um camarada dissesse algo contra o Partido, os próprios filhos denunciarem o pai. Este clima de observação, sufoco e controlo leva Winston a uma luta entre o seu cérebro e a sociedade que vive. Winston apaixona-se por Julia e ambos lutam para sobreviver o máximo tempo possível antes de serem apanhados. Ambos sabem que mais cedo ou mais tarde serão capturados pela "Thought Police", contudo vão descobrindo aos poucos que nem todos os seus amigos são de confiança, nem o "Big Brother" se existe, é indestrutível.

Uma obra-prima recomendada.

Tuesday, February 2, 2010

Sugestões de leitura (1)


As I lay dying
William Faulkner
Publicado em: 1930

Prestes a morrer, Addie a mãe de 5 filhos: Cash, Jewel, Darl, Dewey e Vardaman assiste à construção do seu caixão atrtavés da janela de sua casa. Addie Burns tem apenas um último desejo, ser enterrada na sua cidade natal e é apartir deste último desejo que dá-se inicio ao desenterrar de segredos escondidos no seio de uma família típica sulista. Jewel, o filho bastardo, eleito da mãe; e Darl, que constitui uma ameaça para toda a família, já que consegue prestar atenção aos detalhes e acaba por descobrir os segredos da maior parte das personagens. Estas duas personagens conseguem ser o suporte da narrativa, à medida que os irmãos e o pai esforçam-se por conseguir levar o corpo de Addie no caixão até Jefferson. Numa saga bíblica, com um cenário apocalíptico, o sul de Faulkner apresenta não só uma ruptura, mas também a morte de um Sul que não consegue conservar o seu passado.



The Catcher in the rye
J. D. Salinger
Publicado em: 1951

“The Catcher in the rye” conta a história de um adolescente, Holden Caulfield, na sua demanda pela verdade do mundo dominada pela falsidade, da qual Holden tenta escapar. O leitor assiste a uma luta interna e externa, onde a falsidade consegue como que esmagar Holden Caulfield.

Ao longo da narrativa Holden Caulfied através do seu estilo coloquial relata-nos a sua viagem de três dias na cidade onde há dois símbolos imprescindíveis de apontar: os patos em Central Park e o Museu de História Antiga. Para Holden as imagens estáticas ou aquelas que representam algo congelado/ eterno são as favoritas, assim como Holden também se encontra congelado na sua adolescência, repudiando o mundo adulto “phony”, a sua imensa curiosidade (chegando a ser absurda ou mesmo inquietante) sobre o paradeiro dos patos no Inverno, leva a crer que Holden preocupa-se com o que acontece quando alguém passa para o mundo dos adultos. Será que os patos mantêm-se congelados debaixo do gelo? Ou voam? Tal como os patos no Inverno, Holden fica sem casa e congelado. Sendo esta passagem natural para qualquer pessoas para Holden é uma ameaça e cabe-lhe somente proteger esse mundo “idealista” onde as coisas permanecem num estado puro. Contudo Holden ao tentar escapar à imperfeição e às falhas do mundo acaba por concluir que essas imperfeições são algo natural, na qual o mundo não seria o mesmo sem elas. Mas se Holden repudia o mundo dos adultos, há também algo de encantador e atraente. Holden tenta comportar-se como um adulto, mas a sua linguagem e o seu comportamento imaturo desacredita a sua actuação. Embora tente escapar do mundo adulto Holden terá de seguir o estilo de vida como as outras pessoas vivendo um dilema entre a atracção da vida adulta e a lealdade ao mundo inocente.

À semelhança de Jesus Cristo, Holden encontra sempre compaixão e piedade pelas pessoas. No encontro com a prostituta Sunny, Holden torna-se incapaz (mesmo que injustiçado) de se revoltar ou de ter uma reacção violenta - em vez disso Holden sucumbe à sua depressão. Para Holden Caulfied a ideia de “impurificar” uma rapariga da mesma idade que ele parece-lhe insuportável, assim sendo Holden não consegue cumprir a tarefa de se comportar devidamente como um adulto, enquanto Sunny condena a sua fraca interpretação.