(Die Panne)
Friedrich Dürrenmatt
Edição: Europa-América
Páginas: 123
Alfred é um homem com uma vida desafogada que trabalha numa empresa de texteis e que durante uma viagem o seu carro topo de gama avaria. Deambula então por uma aldeia onde encontra uma casa constituída por senhores velhos, reformados da vida politica, cujo hobby é fazer julgamentos fictícios. Trapps janta com eles e aceita tomar parte desta brincadeira, começando por se afirmar inocente, pois até à data não cometera crime nenhum. Os senhores, riem-se e duvidam da sua palavra, escavando até ao mínimo detalhe da sua vida. Aprendem que Trapps fora filho de um operário marxista e que só recentemente conseguiu subir de posição. Lutou por isso toda a vida para ter uma posição favorável. Trapps é casado, tem quatro filhos e a recente morte do patrão fora o principal motivo da sua ascensão. A morte do patrão leva o juiz a entender que Trapps matara-o. No entanto este alega que o senhor morreu de um ataque de coração. A necessidade de um crime e a necessidade de um culpado, leva a que Trapps seja julgado pelas suas acções menos nobres. Trapps é sentenciado à morte ficticiamente pela morte indirecta do patrão.
O labirinto mental, a veracidade das acusações e dos factos, as metáforas bem conseguidas, fazem com que este conto, ainda que pequeno, valha bem a pena ler. Com algumas referencias ao estilo de Kafka e influenciado pelo existencialismo, Friedrich Dürrenmatt foi uma surpresa bastante agradável, proporcionando uma experiência estranha e ao mesmo tempo deliciosa, abandonando o leitor no fim, psicologicamente perturbado.
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