Title: Alice in Wonderland
Director: Tim Burton
Release Date: 4th March 2010
Cast:
Johny Depp - Mad Hatter
Mia Wasikowska - Alice
Helena Bonham Carter - The Red Queen
Stephen Fry - Cheshire Cat (voice)
Anne Hathaway - The White Queen
O filme começa ainda com Alice pequenina sonhando constantemente com um "rabbit with a waistcoat" e pensa que está a ficar louca. A aparição dos pais de Alice faz-nos pensar que no original não temos o privilégio de os conhecer nos livros de Lewis Carrol. Sabemos que Alice deve ter pais, mas ela nunca os menciona. Burton preenche sem se aperceber uma lacuna que Carrol deixara, de propósito ou não, isso deixemos para o campo da literatura. Após este flashback, somos levados a conhecer uma Alice na idade adulta, com 19 anos, que continua a ter os sonhos, mas mesmo assim terá de se comportar como uma menina da sua idade agora pronta para casar e assumir responsabilidades da idade adulta. Numa festa onde é esperada por todos, Alice sabe que nesse dia o lorde ... irá pedí-la em casamento. Não preparada para tomar este passo tão importante na sua vida, Alice que durante a festa vê várias vezes um coelho, segue-o até à sua toca onde a queda é tudo menos suave.
Quando resolve beber a famosa garrafa que diz "drink me" Alice comete os mesmo erros de à 13 anos atrás: esquece-se da chave, e tem de comer o biscoito que diz "eat me" para crescer e conseguir pegar na chave que está na mesa. Já em "Wonderland" Alice encontra o White Rabbit, Tweedle Dee e Tweedle Dum na companhia de um valente Doormouse, que a levam ao encontro da Caterpilar, Absalom, para saberem se é esta a verdadeira Alice, de que o oráculo fala.
Como dá para ver pela sinopse breve, de modo a evitar spoilers maiores, "Alice in Wonderland" não é um remake, mais uma sequela ao filme da Disney de 1951, esse sim, segue a maior parte das pisadas dos livros de Lewis Carrol "Alice in Wonderland" e "Through the Looking Glass". No entanto Burton aproxima as personagens para uma esfera mais pessoal, atribuindo nomes pessoais às personagens simplesmente conhecidas pelo seu estatuto ou pelas suas características - O Hatter é mad - a Red Queen é de facto uma queen - o Cheshire Cat é um gato e a Caterpilar é uma centopeia que fuma. Aqui todas as personagens têm nomes próprios, reduzindo drasticamente a carga de identidade. Quando confrontada com a pergunta "Who are you?" desate vez Alice consegue responder mantendo-se firme, no entanto esta Alice de 19 anos não é a mesma. Como o Mad Hatter diz "You have lost your muchness". E assim o é. Alice já não é curiosa, mas sim madura, assustada, com uma maior noção da realidade, que foge dos problemas, cuja escapatória é de facto impossível. O White Rabbit foi desaproveitado, dando lugar ao Mad Hatter, personagem extremamente fascinante, não só no filme mas também nos livros. Mad Hatter conta a Alice tudo o que se passou desde a sua partida de Wonderland, partida esta que Alice não se recorda, e recorda os seus tempos como chapeleiro (onde provavelmente não era louco). O actor Jonhy Depp consegue lançar a sua personagem numa teia de emoções e expressões faciais quase bipolares, passando de um homem atormentado pelo seu passado, para um lunático que está constantemente a beber chá e a criar riddles sem sentido aparente.
O Cheshire Cat conserva também tudo o que uma personagem típica do Tim Burton é: para além de uma aparência maléfica, não conseguimos ficar indiferentes aos seus comportamentos engraçados e por vezes felinos.
O filme não é mau, no entanto talvez devido a uma certa rigidez por ser um filme da Disney destinado a um publico jovem, Burton não teve toda a liberdade para criar um filme potencialmente superior. Os actores são bons, os diálogos por vezes lançam-nos em situações clichés e desde o inicio que sabemos o desfecho da historia. Onde está então a diversão em ver este filme, sendo que o desfecho já é previsível? A maneira como Tim Burton conseguiu mais uma vez criar os cenários caótico ou mesmo num cenário possivelmente belo, existe sempre algo de dark.
Vale a pena ir ver, sem ser em 3D, visto que não me sai da cabeça que este 3D só serve para nos chular mais dinheiro, quando é perfeitamente dispensável. Não é o 3D que salva aquilo, mas como sim os tradicionais actores. Tenho fé que o próximo filme do Tim Burton seja algo típico dele e não uma película onde falta algo. Depois de Sweeney Todd e de Corpse Bride ficamos com a sensação que aqueles filmes que nos levaram a delirar durante as horas que tivemos no cinema, desaparecerem neste.
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